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VIDA EM CONDOMÍNIO
VIDA EM CONDOMÍNIO

 

Apesar de ser pronunciada constantemente, quase nunca se pára para pensar no significado da palavra condomínio. Pelo Aurélio, sua definição exprime exatamente a abrangência de seu emprego: “domínio exercido juntamente com outrem; co-propriedade”. Na prática, viver em condomínio nem sempre é tão simples como parece. Se fossem enumeradas, as razões que geram desentendimentos neste exercício de compartilhar um espaço comum, teríamos uma lista quilométrica. Aqui seguem alguns motivos de confusão, que não se limitam às quatro paredes do apartamento: barulho, disputa pela vaga da garagem, animais de estimação e desavenças entre crianças e adolescentes (estes são exemplos mais recorrentes).

 Quem está de fora pode achar que as razões citadas acima são banais e que de maneira nenhuma seriam capazes de gerar brigas e problemas de relacionamento entre condôminos e funcionários do prédio. Mas quem mora em condomínio sabe muito bem que qualquer probleminha pode tomar dimensões inesperadas e virar um “problemão”, dependendo do tratamento que for dado ao caso.

“As crianças, até por uma questão do nosso sistema educacional, não têm limites bem estabelecidos, o que dificulta a convivência na área comum. Existe também briga por causa da garagem. Como existe em   nosso condomínio um problema sério na garagem , por falta de espaço contamos com o bom senso de cada morador.

Existe uma falta de respeito do condômino em relação ao regulamento, por falta de conhecimento, ou por uma certa negligência e vontade de fazer as coisas da sua própria forma. Outro aspecto é o das diferenças sociais e culturais, inerentes ao ser humano. Quando você tem várias pessoas com opiniões diferentes é natural que haja conflitos. Agora, se não existe uma gestão forte para administrar as brigas, aí a situação se agrava.

A falta de consciência dos moradores em relação às obrigações no condomínio, já que eles mesmos burlam as próprias regras. O funcionário, que é obrigado a fazer com que as normas sejam cumpridas, passa por um conflito. Ao mesmo tempo tem de satisfazer o cliente e conciliar as obrigações de sua função. Ele tenta agradar, mas isso, muitas vezes, significa infringir uma regra.

 As falhas existentes no regulamento interno do condomínio também pioram as relações entre moradores e funcionários. Além disso, esse documento, deveria ter outros aspectos incorporados. O regulamento é elaborado quando o condomínio é inaugurado, e posteriormente, não é atualizado. Você tem uma série de assembléias, mas as emendas não passam a constar do regulamento.

Mesmo com um regulamento bem feito e com todas as especificações possíveis, não basta que apenas o morador tenha conhecimento das regras que valem no condomínio. A equipe de funcionários também deve estar bem informada, já que ninguém vivencia mais de perto do que eles a rotina do prédio. Para morar em paz e exercer a “co-propriedade” como deve ser – com respeito e dignidade –, comunicação é a palavra-chave, já que a vida no condomínio nada mais é que uma microamostra do viver em sociedade. Ter em mente a abrangência da palavra coletividade também é fundamental para manter um bom nível de relações dentro do edifício.

 O brasileiro ainda não tem consciência do que é viver em sociedade - nem no trabalho e muito menos no dia-a-dia de um condomínio. “Só começamos a pensar em coletividade, após meados da virada do século, com o trabalho em conjunto, dentro de equipes. E isso acontece, na maioria das vezes, porque estamos recebendo por isso, ou seja, existe uma sanção. Se eu não trabalhar em equipe, serei despedido e vou deixar de ganhar dinheiro. Estamos sempre vinculados a uma questão financeira. Acredito que essa prática, ou melhor dizendo, essa obrigação de viver em grupo, no ambiente profissional, acaba sendo transferida para o condomínio de maneira desastrosa. “No condomínio, nunca se teve um pensamento social. Agora é que ele começa a existir. A consciência de que você pode prejudicar o seu vizinho é reflexo de um pensamento macro.

As pessoas estão muito voltadas para si, para os seus problemas. Aí, quando há uma questão no condomínio, fica difícil ter uma atitude coletiva”, acredito que os problemas de relacionamento no prédio, passam pela questão “do que é o direito de cada um”, além de haver uma certa dificuldade de lidar com os deveres da vida em comum.

“Se você vir o significado da palavra condomínio, perceberá que está envolvido o “viver” em comunidade, e como brasileiros, estamos longe de conseguir isso. É uma questão social e política nossa. Vivemos num país onde político é muito mal visto, e ser síndico é ter uma atuação política. Num condomínio, muitas vezes, as pessoas não querem assumir uma gestão porque isso implica entrar em contato com conflitos inerentes à relação humana. Vivemos hoje um momento em que só queremos o prazer, o direito e o lado bom das coisas, não queremos envolvimento porque significa lidar com diferenças e conflitos”, explica.

 Os problemas de relacionamento no prédio, são reflexo da nossa própria sociedade. “Como no trabalho você é forçado a ser social, quando entra em casa, quer descansar e acaba sendo anti-social. Nem fala bom dia para a pessoa que está no elevador com você. Olha para o teto e para o lado, menos para o vizinho. Já no trabalho, se pegar o elevador com o chefe, você olha para a carinha dele e fala bom dia, boa tarde, boa noite e, se o senhor espirrar, saúde”, Mas  a prática da coletividade, apesar de estar “engatinhando, já começa a ficar evidente em algumas ações, como na coleta seletiva de lixo, por exemplo. E essa união dos moradores em torno de causas comuns pode melhorar a qualidade do convívio.

 

 

 


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